segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O ciclo das sombras cap. 3/ pt. 2

Olá Queridos Leitores,




Como acontece toda a segunda-feira, vou postar mais uma parte do Ciclo para vocês :)

Cap. 3/ pt. 2:

Assim que Kimberly chegou à empresa, foi direto para a sua sala de trabalho e viu que Martin estava sentado esperando por ela.
            — Oi Martin — cumprimentou enquanto largava a bolsa e a pasta em cima de outra cadeira.
            — Oi Kim, — respondeu levantando-se da cadeira e se aproximando dela — ontem, quando eu passei aqui para ver você, a Penélope disse que você tinha saído para resolver uma questão na clínica em que seu tio está. Aconteceu alguma coisa? — Indagou preocupado.
            Por um segundo Kimberly quase disse: “Clínica? Eu não fui à clínica, fui à casa misteriosa...” Mas controlou-se a tempo de cometer um erro.
            — É verdade. Tive de sair mais cedo. Mas não foi nada grave, meu tio cismou que queria falar comigo. Queria me contar que recebera a notícia que a esposa, o irmão e o pai dele iam voltar de viagem. — Depois que disse isso, ficou com raiva de si mesma. Estava utilizando a doença do tio para encobrir uma falha sua. Não estava gostando nada das atitudes que vinha tomando ultimamente. Precisava parar com isso.
            — Puxa, e o que foi que você disse? — Indagou segurando a mão dela.
            — Fiz como a médica instruiu: disse que estava animada e que iria aguardar para ele me avisar quando o pessoal chegasse.
            Martin não respondeu nada, apenas a abraçou e disse solidário:
            — Sei que deve ser uma barra isso. Não poder contar a verdade a quem a gente gosta muito deve ser horrível. Mas qualquer coisa que precisar, conte comigo.
            Enquanto o abraçava, Kimberly sentiu uma forte pontada de remorso. Martin estava certo, era mesmo horrível não poder contar a verdade a quem se gostava de fato. Afastou-se dele e disse:
            — Sei que é complicado, mas eu preciso fazer isso. Imagino que estragaria toda a situação se eu dissesse a Douglas a verdade. — Estava dizendo isso mais para si mesma do que qualquer outra coisa.
            — Bem, não vou me tornar repetitivo, se precisar de mim, me chame. — Encaminhou-se até a porta e disse. — Não quer sair comigo hoje?
            “Mais uma mentira, só mais uma e estará tudo acabado” — pensou Kimberly prendendo a respiração.
            — Infelizmente, hoje eu vou ir de novo à clínica. Quero ver se Douglas melhorou. Podemos combinar outro dia, sim? — Perguntou tentando esconder o nervosismo.
            Martin ergueu os ombros e respondeu:
            — Sem problemas, só vamos deixar claro que você está me devendo um passeio.
            — Tudo bem — respondeu enquanto o observava sair da sala.
            Mal ele saiu e Penélope entrou. Aproximou-se discretamente da colega e disse:
            — Não aguento mais. Preciso falar: você está sendo boba. Por que não dá uma chance ao Martin? O cara está amarrado em você e você só o corta!
            Kimberly arregalou os olhos, não esperava ouvir isso de Penélope, mas teve de responder:
            — Gosto dele, mas como amigo e colega de trabalho. Já fui bem clara com ele. O que é que eu posso fazer?
            Isto era verdade. Kimberly sempre tivera o cuidado de deixar as coisas bem claras entre os dois e Martin sempre dissera que estava ciente da situação. Ela simplesmente não precisava de mais uma pessoa falando sobre isso.
            — Sério? — Indagou Penélope indo para sua mesa de trabalho.
            — Absolutamente sério — respondeu Kimberly dando o assunto por encerrado. Pegou alguns papéis da pasta que tanto lhe dera trabalho e mergulhou em suas atividades. Tinha que se distrair e fazer algo de útil até que chegasse o final do expediente.

            Após a volta do almoço, Vilton a chamou em sua sala e lhe perguntou sobre a situação de seu tio. Novamente Kimberly sentiu-se culpada. Estava mentindo, usando a debilidade do tio em seu benefício. Falou a mesma coisa que dissera a Martin pela manhã e se odiou por isso. Como lhe era difícil mentir. Já era bem complicado ter de conviver com a situação de Douglas e agora, tinha que usá-lo como válvula de escape. Precisava parar com isso antes que fosse tarde demais. E iria terminar com essa situação absurda no final daquele dia, custasse o que custasse.


Por hoje era isso, até semana que vem. Espero que gostem.
Deixem suas ideias e sugestões. Sua opinião é muito importante para mim.



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