quinta-feira, 27 de junho de 2013

O tesouro - poema

     Olá Queridos Leitores!!

Ainda na "moda" dos poemas, venho aqui para postar mais um que escrevi há, no mínimo, 10 anos atrás.
Espero que gostem.
 
O tesouro

A lágrima não se conteve
E rolou apressada pelo rosto
Por que não se ateve
E deixou entregue o coração?
Porque os sentimentos guiaram
Algo muito além da razão
Reconheci em teu olhar
Os mesmos sonhos e anseios
Que estou a procurar
O abismo que fora construído
Não passa de um simples degrau
O outro lado guarda
Um valioso tesouro escondido
Irás comigo querer
A recompensa buscar?
O tempo urge, o portal foi aberto
A mão estendida aguarda
Pacientemente o início da jornada
E verás que valeu a pena
Cada passo da caminhada
Porque iremos retornar mais sábios
À nossa antiga morada
Michele Irigaray
 
 
        Até a semana que vem.
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Complementos - poema

      Queridos Leitores!

     Passei hoje aqui para postar um poema que eu escrevi em 2003. Apesar de fazer bastante tempo, eu ainda o acho muito bonito.
 
Complementos
 
Não sei como aconteceu, nem como começou
Ao certo
Mas sei que sentimento assim
Nunca antes senti
Estar contigo é viver em um mundo paralelo
Um mundo só nosso
No qual nada nem ninguém pode nos alcançar
Somos felizes juntos e é isto que
Me fascina em nosso amor
Somos o veneno e o antídoto do outro         
Somos completos quando estamos juntos
E solitários quando estamos longe
Ao teu lado me sinto amada, importante e especial
Ao meu lado, tu sempre serás adorado e único
Nada, a não ser a tua vontade poderá
Me afastar de ti, porque sou tua
Porque te quero e porque nada, nada mesmo
Vai me afastar de ti
Não sei o que houve
Mas desde a primeira vez que nos beijamos
Uma ligação nos uniu
A natureza dessa força eu não sei
Mas sei que jamais irei contra ela
Porque, minha vida agora,
É seguir ao teu lado
Seguir contigo até o final
E além de nossas vidas
Pertenço a ti e tu me pertences
Somos o brilho da mesma estrela
E o caminho da mesma estrada
Sou o que tu sempre buscaste
E tu és o que sempre procurei
Sou o que tu queres
E tu o que desejo
Somos o agora e o futuro
E a eternidade de nossas vontades
Para sempre
Michele Irigaray (31/8//03)
 
 
     Espero que tenham gostado. Até a semana que vem.
 
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Esperar - poema

      Olá queridos Leitores,

     Passo hoje aqui para postar um poema que escrevi há alguns anos.
     Quando eu o escrevi, estava em uma fase de muitos poemas e poucos livros e histórias. Era uma fase mais gótica, digamos assim.


ESPERAR...
Não há caminhos, não há saídas

Há uma confusão, uma neblina que me

Impede de ver o que realmente acontece

A Roda da Fortuna girou de novo

E lá embaixo estou... não consigo entender

O motivo de minha angústia...

Um abismo se abriu diante de mim

E estou a um passo de avançar

Quem sabe se o escuro profundo não

Será meu melhor repouso?

Ah, amiga minha, onde estás que

Me abandonaste? Por um momento

Acreditei estar tão perto de ti e agora

Não sei onde estás... muito ocupada, quem sabe?

A fila de atendimento talvez esteja muito longa

 E quem sabe a minha ficha é uma das últimas...

Sei que para ser atendida devo ter paciência...

Ah, a paciência... justamente o que menos tenho

Mas não há problema, te esperarei com calma

Quem espera sempre alcança e, talvez

A recompensa por eu saber esperar

Seja então a minha ficha adiantar...


Michele Irigaray( 20/11/03)

  Espero que tenham apreciado o poema.
  Até a semana que vem,

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Poema Épico

      Queridos Leitores,

Cá estou eu para postar um poema que escrevi há muitos anos atrás (papo de vampiro :) ). Eu praticamente compus esse poema de uma vez só.
 Confesso que achei lindo o poema, às vezes me surpreendo comigo mesma.
 Depois que vocês lerem, se puderem comentar o que acharam. Eu ficaria muito feliz.
 
  Pois estão é isso, deixo aqui o meu Poema Épico.
 
Poema Épico
 
A Guerreira chegou e encontrou
Sua casa vazia
Sobre a mesa, um simples
Bilhete havia
Seu Amado tinha partido
Em busca da solidão
Quando soubera que tinham
A ela acertado
Uma flecha no coração
 
    Falácia! — bradou com
lágrimas nos olhos — Falácia
dos inimigos que a mim
odeiam!
 
Cansada da batalha que travara
E que há pouco ganhara
A Guerreira sentou-se à mesa
E, pela primeira vez, chorou
Chorou as lágrimas mais tristes
E sinceras de sua forte alma
Sentiu o chão lhe faltar
E na solidão de seu querido lar
Ouviu só o fogo crepitar
As batalhas ganhas, as experiências adquiridas
E as medalhas merecidas
De mais nada valiam
Se àquele a quem ela mais presava
Não mais lá se encontrava
 
    Pra onde fostes, amor?
Por que não me esperaste mais?
    indagava fitando o fogo —
Por que destes ouvidos àqueles que
só nos queriam ver longe um do
outro: acaso não acreditaste em mim
quando te disse que eu poderia demorar 
                        mas, com certeza, iria voltar?
 
Um crepitar mais forte chamou
Sua atenção e, para o fogo
Ela fixamente olhou
O rosto terno e querido
De seu eterno Amado
Ela visualizou
E, por entre as chamas
Provocantes do fogo
Ela jurou:
 
    Não importa onde estiveres,
Não importa com quem estiveres,
irei até os lugares mais longínquos
para te buscar. Nadarei pelos mares,
correrei pelas florestas e voarei com
os pássaros se for preciso para te encontrar.
Atravessarei o deserto mais escaldante
e mergulharei no mar mais gélido, se for
preciso para te trazer de volta.
Esquecerei meus mais nobres
princípios e abandonarei até  minha
mais alta fé, se for preciso para ser amada
por ti, novamente.
 
E enxugando as lágrimas
Num gesto rápido e seco
A Guerreira levantou,
Pegou alguns mantimentos
E em uma sacola os guardou
Olhou em redor da sala
E só o silêncio escutou
Com passos ágeis e decididos
Foi até a porta e parou
A espada cravejada de esmeraldas e ametistas
Que descansava da última batalha, ela pegou
Sem olhar para trás, como era seu feitio,
E com esperança renovada
A porta atrás de si fechou
Com o coração acelerado
A busca ao seu Amado começou
 
Passou por terras áridas e secas
Trilhou por lugares úmidos e sombrios
Lutou contra monstros terríveis
E os venceu com coragem
Em seu caminho solitário
Encontrou muitas maldades
Viu muitas injustiças
E sentiu muita solidão
Aprendeu experiências novas
Aperfeiçoou as técnicas de espada que sabia
E se tornou uma Guerreira mais
Sábia e madura
 
O tempo — sempre ele — chegou
Os poucos mantimentos que
Que ainda restaram, ele levou
Agora não havia água, nem comida
Só a esperança de um futuro melhor
A noite chegou e, com ela a tristeza
Fraca e com frio
Ao pé de um imponente carvalho
A Guerreira sentou
Passaria a vigésima noite
De mais um mês ali
E desejava, não com tanta esperança agora,
Que fosse a última noite que teria de passar
No limite de suas forças estava
Começando a chegar e já não mais
Sabia se conseguiria suportar
Tanto frio,
Tanto silêncio,
Tanta solidão
Até os guerreiros mais fortes
Têm um coração
 
Quando o dia varreu
As brumas da noite
E dispersou toda a escuridão
A Guerreira despertou
Com a fraqueza que sentia
Quase mal se levantou
Apoiou-se na grossa casca do
Carvalho, que lhe abrigara durante
A noite e os olhou fechou
Uma lágrima muito tímida
De seu rosto rolou
E quando estava próxima
De tudo abandonar
Uma imagem em sua mente
A fez lembrar
Que ali estava por uma razão maior
Procurava pelo seu Amado
E algo em seu coração castigado
Lhe dizia que não tardaria
Muito logo o encontraria
Ao lembrar do rosto daquele
A quem ela amava muito
Novamente, a esperança surgiu
E, com um tímido sorriso
A Guerreira seguiu
 
Não precisou andar muito para ouvir
Em algum lugar perto havia
Alguém a soluçar
Aguçando mais os ouvidos
Ela começou a se guiar
Caminhava com certa dificuldade
Pois a fraqueza já a possuía
Lentamente chegou a um lugar
Que a uma clareira parecia
Um homem. Havia um homem
Sentado em uma pedra
Apoiando a cabeça nas mãos
Sua figura transmitia toda
A tristeza que sentia
Os cabelos já crescidos lhe pareceram familiares
E aquele trejeito de passar as mãos pelo rosto
Já lhe eram conhecidos
Quase nem pôde acreditar
Quando, no instante seguinte
Estava o rosto de seu Amado
A beijar
Era ele! Havia o encontrado
Depois de tanto esforço e perseverança
Havia encontrado aquele a quem
Tanto amava!
E ele lhe sorria, como se não acreditasse
Que ela estava ali, com ele
 
Abraçaram-se, choraram e amaram-se
Durante toda a noite
No dia seguinte amanheceram felizes
Um nos braços do outro
A falácia foi esquecida
Porque ambos sabiam que aquilo
Havia sido obra de pessoas mesquinhas,
Invejosas à felicidade alheia
E, mesmo que ambos tenham sofrido
Por certas ironias do Destino
Sabiam que, a partir daquele dia
Tudo o mais mudaria
Ambos haviam sofrido a mesma dor
Porque ao longo do tempo
Haviam aprendido as lições da Vida
E tinham reencontrado
Todos seus sonhos e anseios
Em um único ser
 
Daquele momento em diante
Um novo começo surgiria
Todas as desilusões, todas as tristezas
Toda a desesperança seriam levadas
Para longe e nunca mais retornariam
O nascer do sol, que agora os dois
Assistiam radiantes de alegria
Marcava o início de uma nova fase
Cheia de projetos, de ideais, de renovações
E, acima de tudo, de amor
 
A Guerreira sorria feliz, abraçada em seu Amado
Pois sabia que naquele momento
A paz de espírito havia recuperado
Sua alma, antes incompleta e solitária,
Hoje estava plena de luz
A mais importante batalha
Ela finalmente triunfara
Porque lutara com todas as suas forças
Abrira mão de todas as suas crenças
E partira em busca do amor
E daquele a quem seu coração
Escolhera para o resto de seus dias
Viver em completa sintonia
 
Um aeon havia cessado
E outro recém havia começado
Em algum lugar do infindável
Universo
Duas estrelas tinham se encontrado
E o brilho ofuscante de suas essências
Finalmente haviam se misturado
A Guerreira, seu eterno amor
Havia encontrado
E seus caminhos que antes tinham se separado
Hoje seguiriam unidos
Porque a Plenitude e o Amor
A Guerreira e o seu Amado
Finalmente tinham encontrado
 
“ O Amor é o único sentimento
capaz de triunfar sobre as mais
implacáveis ironias do Tempo.”
                                                        Michele Irigaray
 
Até a semana que vem, abraços!!