A Escritora

       Olá Leitores queridos,

      Esta página tem a finalidade de apresentar a vocês um pouco da minha trajetória como escritora.

           Tudo começou quando nasci no dia 7 de abril de 1979, no Hospital Fêmina, na avenida Mostardeiro, em Porto Alegre. Filha única, sempre brinquei, na maioria das vezes, sozinha. E, umas das coisas que eu mais gostava de fazer, era inventar estórias com as minhas Barbies.
            Lembro também que eu gostava muito de brincar no pátio da casa da minha avó, onde eu morava com a minha mãe, e uma das minhas brincadeiras preferidas era imaginar histórias como nos filmes dos cinemas. Lembro de uma história que eu inventei sobre uma menina que havia encontrado um mundo completamente diferente do mundo em que ela vivia, através de uma passagem secreta. Naquele mundo, ela aprendeu muitas lições de vida e fez amigos muito especiais. Até hoje, eu tenho a lembrança, um pouco vaga, dessa história e lamento por não ter tido a ideia de escrevê-la em algum lugar, provavelmente, hoje ela poderia ser um dos meus tantos livros que eu já escrevi... mas que ainda não publiquei.
         E assim passaram-se os anos e, quando eu estava no antigo primeiro grau (hoje chamado de ensino fundamental), havia aquelas benditas fichas de leituras que a professora de literatura mandava os alunos fazerem após terem lido determinado livro. Acredito que isto deve ter acontecido na quinta série, quando eu tinha 11 anos. Lembro que, naquela época eu simplesmente detestava ler e achava um saco quando a professora vinha com aqueles livros bestas obrigando a gente a ler para depois ficar discutindo sobre a história em sala de aula. Aquilo me irritava um monte, mas era necessário se eu não quisesse repetir o ano.
        No início, eu não lia os livros que a professora pedia, porque ela sempre fazia um debate sobre a história com os alunos antes de aplicar a ficha de leitura. E o que a esperta da Michele fazia? Prestava muita atenção às conversas, comentários e opiniões e depois aplicava tudo na ficha de leitura. E o mais engraçado era que eu sempre tirava umas das melhores notas da turma, sem precisar "perder meu tempo" lendo.
        Então, certo dia, a professora conversou conosco e disse que não iria mais debater a história, antes de fazer a ficha de leitura, porque ela tinha observado que nem sempre todos liam o livro e acabavam indo bem na ficha. O que não era correto, pois o objetivo era formar leitores e não preguiçosos... 
        Bah! Confesso que fiquei em pânico, porque se a professora não iria debater a história, como é que eu ia prestar atenção aos comentários e fazer o meu trabalho? Naquela vez, a ficha de leitura pareceu um bicho de sete cabeças e eu simplesmente não sabia o que responder sobre o livro. Resultado: minha nota foi uma das piores da turma... E, naquele momento, enfiei na cabeça que, se eu quisesse passar para a sexta-série, era melhor começar a ler... mesmo que fosse chato....     
        Um dos últimos livros que a professora pediu para que nós lêssemos naquele ano foi A Porta Mágica, de Haroldo Maranhão. Respirei fundo e, sem nenhuma outra alternativa, comecei a ler... À medida que eu lia o livro, ficava cada vez mais interessada e não descansei enquanto não terminei de ler.  Confesso que a história me marcou tanto que eu escrevi um livro depois, me baseando nela...
        E foi assim que eu comecei a ler e nunca mais parei. Lembro que, muitas vezes, eu voltava da escola e subia a rua Miguel Tostes lendo um livro. Era engraçado, porque eu não olhava por onde andava e até hoje me pergunto como foi que eu não caía no chão.
        Minha avó reclamava muito das minhas leituras. Ficava braba e dizia que eu tinha de parar de ler e estudar mais, porque eu só sabia ler...
        Tanto eu li que, em determinado momento, senti uma grande vontade de escrever. Como eu adoro os desenhos da Disney, principalmente o da Pequena Sereia, e adoro desenhar, decidi que escreveria um livro baseado no desenho da Pequena Sereia e, em 1992, quando eu tinha 13 anos, escrevi meu primeiro livro e depois, não parei mais. Já escrevi duas coleções de livros, nenhuma delas foi editada ainda e todos os livros estão montados de forma artesanal, pois eu cortava as folhas, escrevia à mão e ainda fazia as ilustrações.
           Foi por amor aos livros e por adoração às bibliotecas, que armazenam estes preciosos tesouros da imaginação, que eu escolhi a profissão de Bibliotecária, pois o meu desejo era passar boa parte do meu dia trabalhando em uma biblioteca escolar, incentivando as crianças a despertarem o gosto pela leitura, assim como aconteceu comigo. Hoje, trabalho onde sempre quis: em uma biblioteca, não escolar, mas especializada no qual muitos usuários e colegas já adquiriram O Ciclo das Sombras e, felizmente, apreciaram muito a história da Kimberly e do Ulrich.
         Foi assim que me tornei também escritora. Depois que eu comecei a escrever o primeiro livro, nunca mais parei e,  mesmo se o tempo entre um livro e outro for longo, eu sempre penso em alguma ideia nova para escrever para o próximo livro.
         E é assim é que é... iniciando uma história, terminando outra... igual a um ciclo que nunca termina e sempre inicia...

         Michele Irigaray