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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Senhora do Jogo


    Olá Leitores, tudo bem?

    Achei interessante postar um comentário que eu li em um blog sobre o livro A Senhora do Jogo, do Sidney Sheldon. O cara explicou tão bem que eu quase não tenho nada para escrever.
    Vamos ler?




A Senhora do Jogo


Foi duro terminar de ler o livro “A Senhora do Jogo”. Nunca pensei que um dia poderia escrever ou dizer algo assim de uma obra de Sidney Sheldon. O que me deixa um pouco mais aliviado é saber que este livro não foi escrito por Sheldon, mas sim por uma escritora – Pelo menos, ainda desconhecida – que com o apoio da viúva do autor e de uma de suas filhas recebeu sinal verde para criar a sequência do livro que para muitos é considerado a grande obra prima de Sheldon: “O Reverso da Medalha”.
Tilly Bagshawe. Esse é nome da felizarda que foi convidada pelas herdeiras de Sheldon a dar continuidade ao legado do grande escritor, um dos mais lidos em todo o mundo. E na minha opinião, a sua estreia nessa importante missão não foi feliz. Me perdoem aqueles que gostaram do livro, que o acharam genial; penso bem diferente. Sinto dizer, mas a continuação de “O Reverso da Medalha” foi um grande desastre.
A Senhora do Jogo” conta a história dos herdeiros jovens de Kate Blackwell: os primos Max Webster e Lexi Templeton. O primeiro, filho da diabólica Eve Blackwell e a segunda, filha da meiga, doce e também ingênua Alexandra Blackwell, ambas netas da poderosa Kate, heroína de “O Reverso da Medalha”, criadora do império multinacional Krueger-Brent. Em resumo, a obra escrita por Bagshawe, conta o embate de Max e Lexi em assumir o controle da Krueger-Brent nem que para isso tenham de chegar as últimas consequências, até mesmo matar. O leitor vai encontrar ainda outros personagens coadjuvantes, como Robbie, o irmão de Lex, um pianista talentoso e revoltado que faz de sua vida uma verdadeira roleta russa; a maldosa Eve, a mãe dominadora de Max; o atormentado Dr. Peter Templeton, pai de Lexi, que ama a filha, atendendo todos os seus caprichos, mas menospreza o filho Robbie, praticamente ignorando-o; o enigmático Gabriel McGregor, descendente do avô de Kate, além de outros.
Você que ainda não leu o livro deve estar pensando neste momento: “poxa vida, com esses personagens e com o fio narrativo de “O Reverso da Medalha”, Tilly Bagshawe escreveu uma verdadeira saga dos descendentes de Kate Blackwell. Errado... Infelizmente, ela não acertou a mão.           
Vamos aos pontos negativos da obra. O excesso de sexo – e daqueles bem grosseiros - seria o primeiro deles. Vejam bem, não sou nenhum santo ou defensor da “liga dos celibatários da justiça”, mas confesso que fiquei incomodado com tanto sexo nas páginas de “A Senhora do Jogo”. Toda vez que um personagem era apresentado, pronto! Lá vinha o fulano ou ciclana indo para a cama com beltrano. Na hora de descrever detalhes sobre a personalidade de determinados personagens, novamente o “Sr. Sexo” entrava em ação. Algumas vezes tive a impressão de estar lendo aquelas revistinhas de sacanagem bem ralés.  Isso fica evidente no momento que a autora apresenta um Robbie em total conflito com a sua sexualidade. Tudo bem, que Tilly optou por transformar o irmão de Lexi em homossexual; acho que essa decisão deixou o personagem até mais interessante para o leitor, além de ganhar novos elementos para explorar a relação conflituosa e destrutiva entre Robbie e o seu pai ultra-conservador, Peter Templeton; mas não havia necessidade de abusar de algumas expressões vulgares.
Quando Lexi é humilhada por Max durante uma reunião de acionistas na sede da Krueger Brent, onde ele exibe um vídeo com cenas nada discretas da prima, novamente a autora descreve em detalhes as peripécias sexuais da personagem.  E que peripécias!
Para finalizar o assunto “exploração sexual em A Senhora do Jogo” vou contar quantas transas aconteceram ao longo da trama, cujos mínimos detalhes foram expostos minuciosamente pela autora. A primeira, onde Tilly Bagshawe  capricha é o encontro entre Robbie e Maureen uma moça que todos os rapazes cobiçam. Temos ainda o momento em que um casal descobre que Robbie – ainda na infância - está praticando alguns jogos sexuais pervertidos com o seu “filhinho” e por isso resolvem procurar o pai do garoto. Neste trecho do livro, os tais joguinhos nada salutares são expostos sem cerimônia. E por aí vai... Como já disse, cada vez que um personagem é apresentado, ele acaba tendo uma relação sexual com alguém. É assim também com Gabriel McGregor, Max e Lexi.
Outro ponto negativo da obra é a falta de carisma dos personagens centrais. Eu, pelo menos, achei que Lexi e Maxi ficaram devendo muito aos leitores. Sempre admirei Sidney Sheldon por ser especialista em criar personagens femininas determinadas e ao mesmo tempo sensuais. Ocorre que ele era mestre em saber explorar essa sexualidade em seus personagens sem ser  grosseiro. Mais um detalhe exclusivo dos personagens de Sheldon era a sua ambiguidade: ora bons, ora ruins; ora anjos, ora demônios. O escritor sabia fazer isso com maestria sem deixar que as suas heroínas ficassem rotuladas por uma dessas características, tornando-se assim, muito santinhas ou então, muito pervertidas. Um exemplo que cabe como uma luva nesse caso é a heroína de “O Reverso da Medalha”, Kate Blackwell. A ambiguidade de Kate faz com que o leitor, em algumas páginas, a ame de paixão, e em outras, a odeie com todas as forças. Imagino que é isso que faz com que determinado personagem se torne carismático.
Sinto dizer que Bagshawe não conseguiu imprimir essa “marca” em Lexi Templetom, a heroína de “A Senhora do Jogo”. Ela é tudo: egoísta, vingativa, interesseira, tem olhos somente para o poder e quando está apaixonada só pensa em ter o objeto de sua paixão, sem pensar na outra parte, diga-se, a mulher do outro. Nem mesmo a ingenuidade da personagem e o seu suposto altruísmo servem para amenizar tantos defeitos. Juro que em alguns momentos da história, cheguei a torcer por Max.
Spoiler! A forma como Eve descobre a fraude aplicada por Lexi para voltar ao comando da Krueger Brent também é muito inverossímil. Eve estava doente, esclerosada, completamente nas últimas e com a sua sanidade mental no limite. Portanto, não teria condições de descobrir o golpe de mestre aplicado por Lexi.
O final do romance também não me agradou. Achei sem tempero nenhum. A impressão que tive é que a autora apelou para o típico “final sem fim” que deixa brecha para uma possível continuação.
Tenho certeza que aqueles que estavam torcendo por Lexi, simplesmente detestaram o final da história.
E para não falarem que eu só encontrei defeitos no livro; achei que Tilly Bagshawe foi feliz na composição de Robbie. Ao invés de transformar o talentoso pianista numa figura comum, ela optou por torná-lo complexo ao máximo. Foi o personagem que mais gostei. Bem mais do que do que Eve, até, que também ficou devendo nesta continuação da saga dos Blackwell.
Que saudades de Sidney Sheldon...
 
 
 
 
    Também concordo em gênero, grau e número com o rapaz. Tem uma cena que eu achei muito sem graça: as pessoas estavam comemorando o 16° aniversário de Lexi e Max. Como Lexi foi abusada quando criança, ela prometeu a si mesma que perderia a virgindade com um carinha que eu não lembro o nome nesta festa. Certa hora, depois que os dois transaram ela saiu correndo para o salão onde acontecia a festa. A música começou a tocar e do nada surgiu Max que a agarrou e começou a dançar com ela enquanto lhe dizia horrores de desaforos. Achei que ia acontecer alguma coisa, mas ficou tudo na mesma.
    Admito, durante todo o livro eu torci por Max, achei Lexi muito fútil. Não gostei do fim dele e fiquei triste porque tudo o que aconteceu com ele foi culpa de Eve que, desde pequeno o manipulou, sem ao menos amá-lo como filho. O que é a cena em que Max mata o próprio pai em uma expedição à África (acho eu). O cara simplesmente foi enlouquecendo por causa de mãe e depois teve aquele final horrível.
   Outra parte que eu achei que parecia coisa de novela mexicana foi quando Gabriel desapareceu logo depois que a família foi assassinada por uns caras que surgiram do nada... tá, ele passou um bom tempo desaparecido então, e em um belo dia em que Lexi estava conversando com alguém que eu não lembro o nome, o cara surgiu do nada na porta falando como se nada tivesse acontecido. Só faltou ter aquelas cenas em que a plateia aplaude com o personagem principal aparece. Nada a ver com Sidney Sheldon, nada a ver mesmo.
    Se puderem, não leiam...

Até a próxima,