quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O Ciclo das Sombras - Cap. 2/ pt. 4

Olá Queridos Leitores,

Segue a parte quatro do segundo capítulo do Ciclo.


Acordou deitada em sua cama. Precisou de alguns minutos até conseguir entender onde estava e o que estava acontecendo. Lentamente, sentou-se na cama e olhou em volta receosa de que não estivesse sozinha. Mas estava só, não havia ninguém ali, a não ser ela.
— Que loucura — murmurou — o que foi aquilo que aconteceu? — Em seguida retesou-se ao lembrar o motivo pela qual estivera na casa. — A pasta, eu esqueci de novo a p... — interrompeu a frase quando olhou para o lado e viu a pasta em cima do criado-mudo. A chave da casa estava em cima da pasta e havia um envelope.
Kimberly franziu o cenho e sentou-se melhor na cama, pegou o envelope branco e o abriu lentamente. Havia uma folha feita de um papel muito delicado, especial, que Kimberly reconheceu. Na empresa na qual trabalhava, sabia que aquele papel era muito caro e só era usado pelos clientes em ocasiões muito solenes. Aproximou o papel do nariz, aspirou o perfume e se sentiu levemente tonta.
— Até o papel é perfumado! Que homem é esse — perguntou para o vazio do quarto.
Havia algumas frases que, a princípio, ela não conseguiu ler, porque estavam escritas em alemão, mas depois ela percebeu que ele havia escrito a tradução logo mais abaixo no papel. E a letra... era uma letra desenhada, parecida com as letras de séculos atrás quando não havia tecnologia nenhuma e as pessoas se esmeravam ao escrever o que quer que fosse, desde um documento oficial a uma simples carta.
Ich habe den Ordner für Sie, er ist wichtig. Und auch den Schüssel zum Haus, so Können sie zurükommen… Herzliche Grüsse Ulrich.
(Trouxe a pasta para você, porque sei que é muito importante. Também trouxe a chave da casa para que você possa voltar... Beijos, Ulrich.)
“Ele existe mesmo então” — pensou enquanto guardava o papel no envelope. — “Ele existe e me trouxe em casa...” — terminou o pensamento e sentiu medo. O homem era um estranho, como sabia onde ela morava? Kimberly não se lembrava de ter escrito o endereço residencial em sua agenda. E se ele estivesse se aproximando com intuito de roubá-la ou de fazer outra coisa? — “Se bem que, se ele quisesse fazer alguma coisa, já teria feito.” — Concluiu enquanto deitava-se e tentava dormir, mas sabia que, naquela noite, não conseguiria mais dormir.
Tentou não pensar em nada, mas não adiantava, o homem que falava alemão e se chamava Ulrich não saía de sua cabeça. Por que dera continuidade à curiosidade da casa? Agora estava envolvida demais para voltar atrás, enquanto não compreendesse o que realmente estava acontecendo, não descansaria. Havia muitas coisas para entender: os sonhos que não eram sonhos e pareciam reais e o fato de um homem que ela nunca vira na vida existir de verdade.

“E os olhos,” — pensou enquanto, finalmente, adormecia — “os olhos verdes iluminados...”


Até semana que vem,