quinta-feira, 25 de abril de 2019

Como se tornar um escritor

Olá Queridos Leitores!!

Estava navegando na Internet quando me deparei com esse site: https://www.escrevaseulivro.com.br/como-se-tornar-escritor/ , que eu achei muito interessante. Na sequência, descobri que eles também possuem um Canal no Youtube, que também é bem legal por sinal.
Eu achei muito interessante a informação e decidi compartilhar com vocês:

Como se tornar escritor


Tornar-se escritor pode parecer difícil, mas na verdade é mais uma questão de postura. Ser escritor/a é saber usar os sentidos, observar o que existe em volta com clareza.
Muito se fala sobre as técnicas da escrita, há cursos e mais cursos de escrita criativa, escrita profissional, escrita persuasiva, como escrever roteiros… É tudo válido, escrever é um talento que pode, de fato, ser muito ampliado com a prática.
No entanto, ser escritor/a não é algo técnico meramente, e a meu ver depende de uma postura inicial muito particular, que explico abaixo.

Olhar como um detetive

Para ser um/a escritor/a é preciso olhar. Observar o que está em volta, registrar como as pessoas se comportam. Notar detalhes de roupas, gestos, reações que eu comparo ao modo de olhar de Sherlock Holmes.
Não só eu, aliás, já há livros inteiros dedicados à arte de observar o mundo com atenção, como Perspicácia, de Maria Konnikova.
Escritores reparam no que é esquisito, um pouco (ou muito) diferente, nas várias atitudes que compõem um modo de ser. Vivemos num mundo de desatentos, e olhar para o que existe, depois contar como entendemos aquilo que observamos, é escrever!
Muitas vezes o detalhe bem colocado é que convence os leitores quando se conta uma história. Não é o genérico, o abstrato, mas o detalhe inesperado e completamente convincente.
Stephen King, que é mestre em observar as pessoas, apresenta na série A Torre Negra, por exemplo, um mafioso que tem mania de fazer castelos de cartas (A escolha dos três). A descrição é tão acurada que o texto vira uma cena de filme, as cartas tremem com a respiração do bandido.
Tenho certeza absoluta que, para construir essa cena, o autor ficou hipnotizado observando alguém que gostava de empilhar cartas. Mais ainda, ele reparou que os movimentos e cuidados envolvidos em fazer castelos de cartas têm um componente um tanto maníaco, que combina com a cabeça de um bandido controlador como o personagem dele.
Ser escritor, assim, tem muito de imaginação, mas plantada no solo de uma observação atenta das pessoas (e animais, plantas, máquinas), uma curiosidade grande em ver como as coisas de fato acontecem em volta.
A observação vale também para quem quer escrever uma biografia, já que a vida de uma pessoa fica interessante apenas se mostrada em cenas vívidas, reveladoras. Até mesmo livros profissionais precisam desse olhar, uma vez que só dá para ensinar ou explicar algo se primeiro entendermos o que as pessoas precisam, o que elas querem.
O olhar de escritor pode bem se voltar para dentro. São muitos os escritores que mergulham em si mesmos para depois contar histórias – ou tecer reflexões. Só que, para funcionar, essa visão precisa ser nítida e reveladora, de raio X mesmo. Não tem muita graça aquele autor que conta a história de si mesmo sem acrescentar nada de inesperado ou incomum ou provocativo.

Ouvir como um antropólogo

Para ser um/a escritor/a é preciso ouvir.
Ainda mais hoje, em que tantas obras recorrem a diálogos para dar exemplos e agilizar a trama, a forma de falar de cada personagem precisa ser muito característica e convencer a quem lê.
Escritores reparam em como as pessoas falam, as expressões que gostam de usar, a forma como palavras podem ser gritadas ou sussurradas ou resmungadas. Escritores se divertem em imaginar como é a vida de quem diz uma frase diferente num shopping, qual a história da pessoa que tem um sotaque, como o som do nome combina (ou não) com o rosto.
Ser escritor/a é ouvir com atenção. Fora que cultivar esse hábito tem a vantagem adicional de fazer com que as pessoas falem mais de si mesmas, contem suas histórias, fornecendo material para a sua imaginação.

Ter a intuição de um mergulhador

Para ser um/a escritor/a é preciso mergulhar. No que os outros dizem. No que não dizem, como comenta o mediador William Ury (lá pelo minuto 5 dessa TED talk). Na razão pela qual fazem as coisas ou deixam de fazer, nas suas emoções.
Mergulhadores são pessoas inquietas, que não se contentam em viver como o restante de nós, em terra firme. Não só se metem na água como insistem em ir fundo nela, para ver paisagens diferentes, lindas, assustadoras.
Ser escritor é ter a capacidade de fazer algo parecido, de intuir quais são os medos, os desejos, aquilo que move as pessoas. Esse entendimento mais profundo faz surgir histórias que ressoam, que têm relevância, porque leitores sentem que uma parte sua muito real, e em geral oculta, está ali.
Podemos ter uma cabeça muito inteligente, mas não é isso que nos torna bons escritores. Inteligência ajuda, mas a compreensão daquilo que realmente movimenta cada pessoa – e cada pessoa é um universo diferente, cheio de brilhos e sombras – é o que dá recheio a uma obra. E a forma de chegar lá é seguir a própria intuição.
Eu sempre sugiro que ler é a melhor aula para se tornar um escritor, uma escritora. Ao ler outros autores, temos como experimentar diferentes modos de ver o mundo.
Francine Prose, autora de Para ler como um escritor, diz bem isso:
“A vantagem de se ler bastante em lugar de postular uma série de regras genéricas para a escrita é que aprendemos que não há regras genéricas, apenas exemplos individuais que ajudam a mostrar o caminho por onde talvez você queira seguir.”
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Eu gostei de todo o texto, mas tomei a liberdade de destacar o antepenúltimo parágrafo: "Eu sempre sugiro que ler é a melhor aula para se tornar um escritor, uma escritora. Ao ler outros autores, temos como experimentar diferentes modos de ver o mundo."
Destaquei o mesmo, justamente porque foi bem dessa forma (lendo) que eu despertei o interesse em escrever também. É como se a leitura tivesse me proporcionado tantas ideias, tantas possibilidades de criação que, naturalmente, senti a vontade de criar histórias também. E não foi um processo difícil ou algo parecido, foi bem natural. Tanto que os primeiros livros que eu comecei a escrever surgiram um após outro, quase sem intervalo entre uma história e outra.
Hoje, confesso que estou com certa dificuldade em terminar de escrever a Ilha, por causa de uma situação chamada bipolaridade que, embora com tratamento, me deixe meio fora do ar às vezes. Mas acredito que as coisas estejam se encaminhando para algo positivo. Eu conseguir voltar a escrever em todos meus 8 Blogs já uma uma vitória incrível!
Mas confesso que eu ficaria mais feliz ainda, se o pessoal que acompanha o canal e a página na Internet enviassem sugestões de assuntos para eu escrever ou se trocassem mais informações e conversassem mais sobre O Ciclo das Sombras. Pois postei alguns capítulos e nunca soube se o pessoal está gostando ou não.
Bem, era isso pelo momento. 
Desejo a todos uma ótima quinta-feira. Até a próxima!


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