Trago para vocês mais um pouco do Ciclo.
Cap. 4/ pt. 4
Assim que deixou Kimberly em casa, Ulrich foi até o lugar que
combinara de se encontrar com Wagner. Quando chegou, Wagner disse.
— Gute Abend. Du kommst spät, der Tag bricht an. (Boa noite.
Você está atrasado, o dia está chegando.) — Cumprimentou
Wagner um pouco irritado assim que viu Ulrich chegar.
— Gute Abend. Entschuldigung, Wagner (Boa
noite. Desculpe, Wagner) — ele respondeu
encaminhando-se até uma porta que havia atrás da igreja que ficava
perto da casa dele. — Tive de deixá-la em casa e verificar se ela
estava bem antes de ir embora.
— Certo — respondeu Wagner sério, abrindo a porta — só que já
está amanhecendo, não percebeu ainda? Por um acaso, você quer
causar algum problema para nós?
Ulrich soltou um grunhido baixo, mas que foi ouvido pelo amigo que
respondeu grunhindo também.
Os dois permaneceram assim por alguns segundos, encarando-se como se
um estivesse muito irritado com o outro, então um raio de sol surgiu
na parede e os dois imediatamente entraram e fecharam a porta atrás
de si. Logo que Ulrich chaveou a porta, Wagner virou-se para ele e
perguntou:
— O que era tão importante que você tinha para me falar sobre Die
Erwälte (a Eleita)?
Ulrich não respondeu de imediato, caminhou mais alguns passos pela
sala, que se encontrava às escuras e, após ter caminhado até uma
mesa e puxado uma cadeira, sentou-se e disse:
— O Livro está certo. Está acontecendo exatamente como descrito
no Livro!
— Ulrich, você ainda não tem certeza — começou Wagner
caminhando até a mesa – não está totalmente certo disso e, além
do... — mas Ulrich não o deixou terminar a frase.
— Ich Bin mir ganz sicher (eu tenho certeza sim)! — falou
mais alto. ─ Isso se confirmou quando eu estava no hospital com
ela.
E então Ulrich explicou a Wagner o que acontecera logo após ele a
ter beijado pela segunda vez. Contou que Kimberly havia lhe dito que
o estava vendo de forma diferente.
─ “Mais nítido”, foram as palavras que ela usou — disse
Ulrich.
Como Wagner não dissesse nada, Ulrich levantou da cadeira e foi até
onde o amigo estava e falou, mais energicamente:
— Um Gottes Willen, Wagner (Pelo amor de Deus) Wagner, só
você não quer ver que ela é Die Gewählten (A Eleita)! Há
inúmeros indícios de que é ela! Você mesmo viu o que aconteceu!
Chegou a ficar irritado comigo quando percebeu que ela ouviu o que eu
falei em tom muito baixo!
Wagner não dizia nada, apenas escutava e balançava a cabeça
lentamente concordando com Ulrich.
— Und der Traum (e o sonho)? — Perguntava exaltado. —
Isso não basta? De acordo com o Livro, o Sonho, o fato de ela ter me
visto diferente após o beijo e ela ter-me chamado quando estava em
perigo determina que Die Erwälte (A Eleita) foi escolhida e
consagrada! — Terminou quase gritando.
Wagner sentou-se em uma cadeira que havia por perto. Passou as mãos
pelos cabelos curtos e disse, tentando ordenar o pensamento:
— Mein Freund (meu amigo), eu sei muito bem o que O Livro
diz, pois eu já o li uma centena de vezes ao longo desses anos
todos, mas ele é bem categórico com relação a esse acontecimento.
Isso só ocorre entre os do mesmo grupo.
Ulrich ficou quieto por um momento, então rebateu:
— Porém, não se esqueça que, no final do Livro, em anexo, há a
descrição do Ritual, caso isso ocorra de forma não-convencional.
Wagner balançou a cabeça negativamente, virou-se, apoiou os
cotovelos na mesa, segurou a cabeça com as mãos e disse um pouco
exasperado.
— Ulrich.... Ulrich, was können wir tun, mein Freund
(o que podemos fazer, meu amigo)? Creio que não há
nada a não ser chamar Der Kongress der Ältesten (O Congresso
dos Anciãos) então.
Ulrich dirigiu um largo sorriso ao amigo, como se o fato de ele estar
correto sobre a situação toda, fosse a coisa mais importante da sua
existência.
— Ich weiß Wagner, Ich weiß (eu sei Wagner, eu sei) —
respirou fundo e concluiu — Schließlich fand ich Die
Erwälte (finalmente, eu encontrei A Eleita!).
— E que assim seja, meu amigo... que assim seja — disse Wagner
incapaz de ir contra a lógica de Ulrich.
Por hoje era isso, até segunda que vem.
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